Como Jesus, somos
chamados a dar a vida pelo Evangelho. Precisamos aprender a ser defensores da fé, não com vãos discursos, nem com brigas, mas pela coerência e pelo testemunho.
“Os judeus pegaram pedras para apedrejar Jesus. E ele lhes disse: ‘Por ordem do Pai, mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?’” (João 10, 31-32).
Apedrejar significa, acima de tudo, reprovar e querer fazer morrer aquilo de que eu não gosto, que eu não reconheço ou que eu não valorizo. Quando você deseja apedrejar alguém, no fundo, você quer reprovar os gestos, as atitudes e tudo aquilo que a pessoa faz. Aqui não me refiro aqui somente ao apedrejamento violento (esse, na verdade, nem deveria mais ser mencionado em pleno século XXI), mas, infelizmente, em muitos lugares e em muitos corações as pessoas querem resolver as controvérsias da vida à base de pedras e de violência.
Há dentro de nós um instinto, uma vontade de querer apedrejar aquilo com o qual não concordamos, apedrejar as pessoas cujos comportamentos são reprováveis. É essa atitude que um grupo de judeus tem com Jesus; em muitas ocasiões, eles querem pegar pedras para atirar no Senhor. E Jesus lhes pergunta: “Por qual delas [minhas obras] me quereis apedrejar?” (João 10, 31-32).
É como se o Senhor lhes perguntasse: “É pelos cegos que já curei, pelos aleijados, coxos, pelos pães que foram multiplicados? Foi pela ovelha desgarrada que voltou? É pelas vidas que foram salvas? Por qual motivo vocês querem me jogar pedras?” (cf. João 10, 32).
Sabemos que a religião pode ter dois aspectos: há a religião que anuncia o amor, a verdade, os valores e os preceitos de Deus e, muitas vezes, é apedrejada por causa disso. Nossa Igreja sofre perseguições em todas as partes do mundo de forma ostensiva ou sendo, realmente, perseguida, difamada, caluniada e desprezada pelos valores pregados por ela.
A Igreja pode até ter contradições, porque dentro dela há pessoas humanas, só não há contradição na compreensão da verdade. E a Igreja dá a vida pela verdade. A verdade é a palavra que liberta o ser humano, a verdade é Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador, que morreu por causa da verdade eterna do Pai.
Assim como Cristo foi perseguido, Sua Igreja também tem sido perseguida ao longo dos séculos! Nós não podemos atirar pedras sobre aqueles que anunciam a Palavra de Deus ou sobre a verdade anunciada por ela. Pelo contrário, nós precisamos aprender a ser também defensores da fé, não com vãos discursos nem com brigas, mas sim pela coerência, pelo exemplo e pelo testemunho.
Quando a Igreja não testemunha e não dá sua vida pelo Evangelho, ela cai nas contradições, e aí é o viés perigoso de qualquer religião com as guerras religiosas, as perseguições religiosas, a briga de cristãos contra cristãos por causa de doutrinas e de dogmas e entre os fiéis. Nada disso corresponde à graça de Deus.
A única briga que precisamos assumir é para amar, respeitar e saber valorizar até quem pensa diferente de nós. E mesmo sendo perseguidos e não compreendidos não podemos deixar de dar a vida pelo Evangelho, como o fez Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Deus abençoe você!
sexta-feira, 27 de março de 2015
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