Deus nos criou para vivermos em família. Ele mesmo é uma Família, Três Pessoas distintas em uma única natureza, e quis que de certa forma isso se reproduzisse na terra, em cada lar. Quando o Catecismo fala da família, começa dizendo que:
“A família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (nº 2205). A família é assim, por vontade de Deus, “imagem” da Santíssima Trindade; por isso ela é sagrada, e meio especial de nossa santificação. Jesus, ao vir ao mundo, não precisava necessariamente viver em uma família, mas Ele assim o quis, para deixar´nos o seu exemplo e ensinamento sobre a nobreza e santidade da família. Quis ter uma mãe e um pai (adotivo), e foi obediente e submisso a eles (cf Lc 2,51). Jesus não precisava ter um pai terreno, já que o Seu Pai é o próprio Deus. Mas Ele quis ter um pai adotivo, legal, como chamavam os judeus. Quando José quis abandonar Maria, em silêncio, para não difamá´la, Deus mandou o Anjo dizer´lhe: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois, o que nela foi concebido veio do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho a quem tu porás o nome de Jesus” (Mt 1,20´21). É como se Deus dissesse a José: eu preciso de você, eu quero você para ser o pai diligente da sagrada Família. Os pais geram os filhos, mais aqui é o Filho quem escolhe o seu pai. Jesus quis viver numa família, e alí viveu durante trinta anos, só saindo dela para a sua missão pública e redentora da humanidade. A Família de Nazaré nos dá uma lição de vida famíliar. Como disse Paulo VI : “Que Nazaré nos ensine o que é família, sua comunhão de amor, sua beleza austera e simples, seu cárater sagrado e inviolável... Uma lição de trabalho...” (05/01/64). Cristo, nascendo e vivendo numa família, redimiu e santificou todas as famílias. Os que atentam hoje contra os valores sagrados da família: indissolubilidade do matrimônio, fidelidade conjugal, defesa da vida, etc., atentam frontalmente contra Deus. Os que pregam a defesa do aborto, da eutanásia, do divórcio, dos casamentos de homossexuais, dos úteros de aluguel, das experiências com embriões, da concepção “in´vitro” (bebê de proveta), da limitação da natalidade por quaisquer meios, esses, lutam contra Deus e contra a família. Vivendo na família de Nazaré, Jesus nos ensinou a importância da submissão e obediência dos filhos aos pais. Ele, mesmo sendo Deus, se fez obediente àqueles que Ele mesmo criou e escolheu para seus pais. Cumpriu em tudo o quarto mandamento que manda “honrar” os pais. Mais do que ninguém obedeceu à Palavra de Deus que diz: “Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro”.“Quem teme o Senhor honra pai e mãe” (Eclo 3).Por ser a família, a própria imagem da Trindade na terra, o Concílio Vaticano II a denominou de “igreja doméstica”, e o Papa João Paulo II a chamou de “santuário da vida”. É ali que a vida é gerada, cuidada, amada e engrandecida. É no seio da família que o ser humano é construído. Foi no seio da família de Nazaré que o Menino Jesus foi preparado para a grande missão de Salvador dos homens. Portanto, a família é a grande escola da vida, é o educandário do amor, da fé, da justiça, da paz e da santidade.
É porque a família é hoje tão ofendida pelas pragas da imoralidade, que a sociedade paga um alto preço social: jovens deliquentes, crianças abandonadas, pais separados, homens e mulheres frustrados, tanta violência, tanto crime, tanta morte... Essas pobres crianças e jovens desorientados, que vivem pelas ruas, perdendo´se nas drogas, no crime, na violência, na homossexualidade e nas bebidas, etc., apenas estão buscando com isso um pouco de calor humano, afeto, que deveriam ter recebido em suas famílias, e não receberam. O triste espetáculo de crianças e jovens drogados nada mais é do que o fruto da destruição familiar, causado por um mundo sem Deus, sem moral, sem religião. O filho que foi amado e querido por seus pais, até o fim da sua adolescência, jamais será um desequilibrado ou perigoso para a sociedade. O Catecismo diz que a família “é a sociedade natural onde o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (nº 2207). Por tudo o que foi dito até aqui podemos entender o quanto o lar é um local adequado para a santificação dos pais e dos filhos. “É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo... os primeiros mestres da fé”, ensina a Igreja (LG, 11). “É na família que se exerce de modo privilegiado o sacerdócio batismal do pai de família, da mãe, dos filhos, de todos os membros da família, na recepcão dos sacramentos, na oração e na ação de graças, no testemunho de uma vida santa, na abnegação e na caridade ativa. O lar é assim a primeira escola de vida cristã e uma escola de enriquecimento humano. É ai que se aprende a fadiga e a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e mesmo reiterado, e sobretudo o culto divino pela oração e oferenda de sua vida” (CIC nº 1657). Essas palavras do Catecismo mostram que o lar é a escola das virtudes humanas; logo, lugar de santificação. Para os pais, a vida conjugal é uma oportunidade riquíssima de santificação, na medida em que, a todo instante, precisam lutar contra o próprio egoísmo, soberba, orgulho, desejo de dominação, etc., para se tornar, com o outro, aquilo que é o sentido do matrimônio: “uma só carne”, uma só vida, sem divisões, mentiras, fingimentos, tapeações, birras, azedumes, mau´humor, reclamações, lamúrias, etc.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
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