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sábado, 2 de junho de 2012

História de um Amor Incrível

 Incrível Ela nasceu incrivelmente feia. Ninguém agüentou olhar para ela, nem os próprios pais. Tiveram nojo dela e não conseguiram imaginar a vida criando aquela criança. Os pais, por serem pessoas mal criadas, não sentiram aquele amor transbordante típico de pais,
nem foram tomados por um desejo de proteger sua filhinha. No mesmo dia em que ela nasceu, literalmente foi jogada fora pelos próprios pais. Assim começa uma história contada pelo profeta Ezequiel no começo do 6º século a.C. Já voltaremos à história desta menina rejeitada e abandonada, que se encontra em Ezequiel 16. Este capítulo conta, na minha opinião, uma das histórias mais lindas do Antigo Testamento. O capítulo 16 de Ezequiel conta uma das histórias mais feias nas Escrituras. É em Ezequiel 16 que encontramos uma das histórias mais lindas já contadas. Se estes comentários parecem loucos e contraditórios, continue lendo! A mensagem de Ezequiel 16 passa de linda para feia e volta para um final incrivelmente lindo. É uma história da profundeza do amor divino. Vamos conhecer esta história, e considerar a aplicação dela aos leitores originais e uma segunda aplicação que nos ajuda a apreciar o verdadeiro amor de Deus. Agora voltemos à história . . . A menina foi abandonada num campo aberto, sem nenhum cuidado. Não cortaram o umbigo, nem limparam o sangue do parto, e muito menos colocaram nela roupa ou cobertor. Certamente imaginaram que ela morresse em poucas horas naquele campo, e que fosse esquecida para sempre. Um homem passou e viu a bebê se mexendo. Ele socorreu a criança imediatamente, fazendo tudo para que ela vivesse. Sob os cuidados deste “pai adotivo”, a menina cresceu bem. Foi bem tratada e prosperou. Amadureceu e chegou a ser uma moça com idade suficiente para se casar. Mas, ainda continuou descoberta. O começo desta história fala sobre a “infância” do povo de Israel. Fala da terra dos cananeus, dos amorreus e dos heteus, para relembrar o povo de suas raízes. Até Deus separar os descendentes de Abraão, eram pessoas comuns, iguais aos outros povos gentios. E os outros povos não se preocupavam com o bem-estar dos israelitas. Deus separou, protegeu e cuidou deste povo. Durante todo o período dos patriarcas – de Abraão até Moisés – Deus permitiu que o povo não somente sobrevivesse, mas que crescesse e ficasse mais forte. Porém ainda não tinha feito sua aliança especial com o povo. Neste sentido, Israel continuou descoberto. Na próxima fase da história, o papel de Deus muda. Ele não é mais um pai adotivo. Ele assume o papel de marido. Vamos continuar . . . O homem viu que a moça estava com idade para casar, e ele casou-se com ela. Fez a aliança com ela e estendeu a sua proteção, cobrindo a nudez dela. Ele a lavou e a vestiu com roupas finas de boa qualidade. Colocou jóias. Deu-lhe uma coroa. Ela passou a comer as melhores comidas, dando-lhe saúde e beleza. Passou a ser uma mulher extremamente bonita, porque o marido lhe deu a sua glória. Por ser casada com o rei do universo, ela passou a ser a rainha mais honrada do mundo. Que história linda! Esta segunda fase da história representa o que Deus fez quando chamou o povo do Egito. Ele fez uma aliança com Israel, e aquele povo passou a ser uma nação especial. Deus protegeu o povo no deserto, e estabeleceu a nova nação numa terra rica. Deu-lhe todas as condições para uma vida de conforto. É importante observar que esta noiva ganhou a sua beleza do noivo. Isso não é normal, pois sabemos que a noiva geralmente chega ao casamento enfeitada e radiante. É comum comentar sobre a beleza da noiva, mas nem tão comum alguém comentar sobre a beleza do noivo! É importante entender que toda a glória e beleza de Israel vieram do Senhor. Se o relato terminasse aqui, seria uma das histórias mais bonitas já contadas. Mas, infelizmente, a próxima parte da história se torna extremamente feia. Vamos ver o que esta noiva tão abençoada fez . . . Ela gostou da beleza e da fama que ganhou, e decidiu aproveitar da situação. Usou as coisas que o marido lhe dava para atrair outros homens. Ela traiu o marido num caso adúltero. Na verdade, não foi só um. Ela começou a ter vários casos com diversos homens. Deu tudo para eles, até os próprios filhos (quer eram os filhos legítimos do marido). Ela perdeu toda a vergonha e se oferecia a quaisquer homens que passavam perto da casa dela. O marido tentou corrigir estas atitudes erradas da mulher, mas ela não mudou. Ele diminuiu o sustento dela, e deixou que ela sofresse na mão dos outros, mas ela ainda não aprendeu. Ela gastou tudo e se entregou à imoralidade. Tornou-se pior do que uma prostituta, pois ela chegou ao ponto de pagar os homens para ter relações com ela! Neste ponto da história, parece que o desgaste da sua vida imoral era tão grande que ninguém mais desejava esta mulher. Ela envelheceu e se tornou feia no seu pecado. Nenhum dos “homens” do mundo dava valor para ela. Esta fase da infidelidade representa séculos da história de Israel. A prostituição da mulher simboliza a idolatria do povo. Israel se envolveu com as nações pagãs e com seus falsos deuses. Fez oferendas e sacrifícios – até sacrificando seus próprios filhos – aos ídolos. Uma vez que Israel já tinha marido (Deus), as suas relações com outros homens (ídolos) eram uma forma de adultério espiritual. Ao invés de viver grata ao marido, ela usou as bênçãos que Deus lhe deu para servir aos falsos deuses. Os ídolos impotentes, porém, não valorizavam e não protegiam o povo. Vai piorar ainda mais . . . Depois de tudo que o marido tinha feito para sua mulher infiel, ela não se arrependeu e não demonstrou a devida gratidão. Ele chegou ao ponto de desistir dela. Deixou que os amantes percebessem a feiúra dela e fizessem a sua vontade. Eles nunca tinham procurado o bem dela, mesmo quando ela era uma jovem bonita. Agora olharam para a mulher velha, feia e cheia de rugas, e a desprezaram. Talvez ela se achasse melhor do que outras prostitutas, mas o marido falou que era igual ou pior. Mesmo quando sofreu, esta mulher adúltera continuou teimosa contra o marido. As mesmas nações que tiveram relações ilícitas com Israel voltaram contra sua “amante”. O Egito, a Assíria e a Babilônia atacaram, despojaram e deixaram Israel para morrer. A triste ironia é que o pecador sofre nas mãos dos seus parceiros de crime! Quantas moças já foram desprezadas e até abandonadas pelos “namorados” que aproveitaram delas para o prazer passageiro, e depois fugiram das suas responsabilidades? Quantos jovens já perderam tudo antes de reconhecer que os “amigos” do mundo não são verdadeiros amigos? O diabo e seus aliados oferecem liberdade, mas levam a vítima à escravidão (2 Pedro 2:19-22). Agora chegamos à parte mais incrível desta história. Eu não conheço nenhum homem que tomaria de volta uma mulher tão exageradamente infiel como Israel. Mas é isso que Deus fez . . . Depois de tudo que a mulher adúltera havia feito, e depois da rejeição total pelos amantes dela, o marido olhou com compaixão. Não pela beleza dela, que já não tinha mais, mas pela misericórdia dele, o marido toma a mulher para casa, renova a aliança do casamento, e promete cuidar dela. Que final incrivelmente lindo! Deus perdoou o povo de Israel e restaurou a nação à terra abençoada. O amor dele foi maior do que a feiúra do pecado deste povo infiel! Aplicações para nós Ezequiel escreveu sobre coisas de uma outra época e sobre um outro povo. Mas há lições importantíssimas para nós neste capítulo.
Consideremos algumas:
 (1) Deus não nos salva pela nossa beleza. O pecador é como aquela criança coberta de sangue e tão feia que ninguém queria olhar para ela. Quando Deus olhou para mim, e para você, no nosso pecado, não viu pessoas bonitas que trariam prazer para ele. Ele viu toda a feiúra do nosso pecado. Mesmo assim, nos ofereceu a salvação pela sua graça e misericórdia.
 (2) Toda a beleza do cristão vem de Deus. Quando entramos numa relação especial com Deus – ao tornamos cristãos – ele nos veste com justiça e retidão (Efésios 3:16-21; 4:22-23; 5:25-27).
 (3) O pecado é uma ofensa contra Deus, uma traição. Não é apenas uma questão de quebrar alguma regra impessoal. Quando o cristão peca, ele trai o Criador e Redentor, o marido da igreja.
 (4) Quando Deus aceita de volta o cristão que se desviou, ele salva uma pessoa que não merece sua graça, da mesma maneira que aceitou de volta sua mulher adúltera, Israel. Leia Atos 8:20-24 e Tiago 5:19-20. “... e assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Efésios 3:17-19).
Amém???

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